quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Ponto de Fissura







Diferente do ponto de equilíbrio, ponto de fissura é quando tudo parece errado. A sensação de tudo e todos soltos no espaço, sem ordem, sem sentido, sem propósito. Nesse momento, a fissura, a nóia por algo novo é latente. Como aquele momento em que o nada vira o primeiro passo. Pra onde? Não Importa. Pra algum lugar, pra qualquer lugar. Realmente não faz diferença, qualquer lugar menos aqui. Em frente, cabeça erguida, um passo de cada vez sempre. Orgulho, egocentrismo e velocidade giram. Nos transformam, nos levam, nos arrancam do conforto e nos lançam em algo que não conhecemos. Somos todos perdidos, somos todos malditos. Eu e minha geração enfrentamos uma inquietude, uma fome que não será saciada por nada e por ninguém.  E por isso somos todos malditos. Lutar por quem? Lutar por quê? Por mim! Por nós! Por você?  Não importa, cabeça erguida, em frente, um passo de cada vez sempre. Estamos\Estou sendo lançado, arrancado, atirado, arremessado de mim mesmo. Não me reconheço, não conheço ninguém ao meu lado. Mas cabeça erguida, sempre reta, sempre em frente.  Um passo de cada vez. Quando e qual será o desfecho dessa maldição? Nunca saberemos, não viveremos tempo o suficiente para descobrir. Estamos acorrentados nessa tal dita liberdade. Se sente Livre? Esta livre? Se iluda, mas cabeça erguida. Sempre reto, sempre em frente. Um passo de cada vez. Estamos na fissura de algo maior, tentado um passo maior que a perna. Um mundo e uma vida apenas. Nunca foi o suficiente e nunca será. Somos todos malditos. Somos todos perdidos. Uns acreditam em destino, outros em inferno. Eu acredito em um passo de cada vez. Sempre reto sempre em frente. Somos todos solitários, e não existe companhia suficiente para suprir isso. Estamos em um ponto de fissura, metamorfose. Tudo aquilo é na verdade não é e mais, e talvez nunca tenha sido. Fomos todos iludidos, compramos sonhos e destinos de outras pessoas. Estamos fissurados na droga do milênio. Esse vicio por algo concreto, essa sede por mais. Mas, sempre em frente, sempre reto, cabeça erguida. Um passo de cada vez. Desacredite, não crie crenças, você não é confiável. Suas certezas acompanham esse ponto de fissura, metamorfose. Suas verdades serão uteis enquanto a próxima grande verdade não é revelada. Somos todos sonhadores. Somos todos perdidos. Estamos todos com sede. Um passo de cada vez. Um gole de cada vez.  Estamos em um ponto decisivo. Sempre estivemos e estaremos sempre. Mas um passo de cada vez. Cabeça erguida, sempre reta, sempre em frente. Boa Sorte.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Pirama

Grito à plenos pulmões, pois sois nada para aquilo que guardo dentro de mim!

Rancor,
Revolta,
Justiça,
Pura ira em respeito mórbido.

Seu mundo pode coincidir com os sob meus pés mas suas ideologias não farão meus sonhos, sou livre, sou filosofa, sou poeta, minha língua gira em torno de suas mentiras tornando-as claras para meus olhos marejados.

Grito aos que ouvem, aos que lutam e aos que mal possuem esperança, pois esse é um brado de guerra. NÃO ME DOBRAREI!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Coragem



Eu sempre quis mudar o mundo e agora vejo que para mudá-lo devo começar mudando a mim mesma. Devo então afiar minha audácia de contrariar até os narizes mais certos de si, não podendo fraquejar diante de minhas próprias convicções.
Com coração humilde e corajoso, com a mente atenta e perspicaz, sabendo de meus defeitos e aceitando-os antes mesmo que sejam usados contra mim, devo prosseguir vencendo meus próprios demônios para possuir a força de lutar contra todos que quiserem me ver derrotada.

Essa é minha escolha.
Eu vou mudar o mundo.

Não sei se estou certa ou errada quanto isso, só sei que da onde estou só tenho um caminho, à frente. Porque voltar seria perda de tempo.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Good Bless 2012


Meu eu será sempre maior que o seu,
Aceite minha gentileza como elogio pois isso é raro.
Aceite minha indiferença como amizade pois isso é fato.
Entenda meu amor como sexo, pois nao sei ser mais que isso.
Veja a apatia como estilo de vida, pois nao consigo ser verdadeiro.
Minhas verdades dependem de interpretações, e nao da propriamente dita verdade.
Minha alma se reusume entre ganhar e gastar.
Marco horario para falar com Deus e pago por isso.
Aceito qualquer "barato" que me deixa livre de existir de fato.
Aceito fatos completamente manipulados pois assim nao sou forçado a tirar conclusões.
Tiro todas as minhas conclusões baseadas em opiniões de pessoas que realmente nao conheço (apesar de chamar muitas dessas de amigo)
Tenho como rotina a rotina, sem graça, sem desafios e sem riscos.
Minha jornada nao passa de tentar sobreviver, mas na verdade o que eu quero mesmo é ser melhor que você.
Agradeço todo dia por mais um dia, mas nao de verdade.
Acho o amor em toda esquina, mas nao faço idéia do que realmente é amar.
Aceito ser amado por agressores, opressores e mal feitores, por puro medo de ter mais de 5 gatos em um apartamento.
Deus abençoe minha realidade! Deus que tome responsabilidade por meu destino.
Temo o inferno, mas por pura necessidade de precisar de algo fantasioso para me deixar "ético"
Viva o terceiro milenio, onde correr pelado sem motivo pode, mas amar uma pessoa do mesmo sexo não.
Seremos todos muito felizes, desde que sua vida nao cruze com a minha.
Viva uma era onde caridade suja as ruas e parada com motivos idealistas vira carnaval imundo de rua (e é enloquecido por todos).
Viva a filosofia do "não me toque", do "não me procure", do "não me conheça".
Pode parecer utópico, mas quero realmente deixar um mundo para meus filhos em que EU tenha vontade de continuar para desfrutar. Não quero mais um inutil no mundo, você ja ocupa muito espaço;
God bless you and your fucking life, asshole.

segunda-feira, 7 de maio de 2012


Nocivo, lascivo, passivo. 
Passível, mutável, instável 
Amado, amante, largado 
Promiscuo, pronto, partido 
Quebrado, abençoado, entediado 
Correndo na direção do infinito, sentado na beira do abismo 
Com a mira no meio do nada, com o nada ao redor do vaco 
Redundante, inútil, otimista 
Extremista, antagônico 
Anacrônico 
Largados aos montes, no centro sendo único 
Cercado e sem saída 
Alma, amago, agonia 
Sendo sempre o sempre mais rápido 
Sendo eterno e mortal 
Sendo claro e confuso 
Sentindo o que não seria permito 
Permitindo o que não faz sentido 
Procurando algo que não existe 
vivendo algo que não deveria existir 
confuso, direto e em círculos 
anacrônico, apressado, apático 
com a afazia gritando em meu ouvido, 
com o néctar, doce e venenoso saindo por minhas narinas 
com a fome de vida de uma pedra 
com um tempo diferente da realidade 
com uma poesia desconectada do coração 
com o coração conectado ao centro 
com o centro fora de equilíbrio 
com a alegria dos ignorantes, e a agonia dos sábios 
com janelas de percepção abertas, que continuam abertas involuntariamente 
e a força de caminhar e continuar se mistura ao comodismo 
e todos os cômodos cada vez mais parecidos, 
mesmo com todas as aparências se contradizendo 
nocivo lascivo passivo amado amante largado sozinho no meio de todos
caminhando para um lugar que ainda nao existe

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Casa da Vovó

Toda semana os netos desejavam visita, a avó, mas essa era relutante e satisfazia a saudades de seus netos sempre enviando fotos dela com o avô dos meninos.

Achavam incrível como os velhinhos dominavam a tecnologia social, interagindo de maneira viva e constante, de tal modo que as impedidas visitas não fossem tão sentidas. Visitas evitadas e justificads pelas viagens do velho casal por várias partes do mundo. Empolgados, os meninos controlavam suas saudades e sempre expressavam em comentários como gostariam de estar com eles nas fotos.

Mas a saudade é insaciável, e os netos foram visitar seus interativos avos.
Encontraram uma casa abandonada e sem vida, exceto pela grama que crescia descontralada junto com outras plantas já em crescimento mórbido.

Dentro da casa um forte cheiro de descuido e esquecimento e em meio ao caos a descoberta: o corpo de seu avô, devorado pelo tempo e conservado pela podridão.

Um computador ligado, uma faca ao lado de um mouse encardido e sustentado por livros de photoshop e fotografia digital e necromancia.

Um barulho, passos na cozinha, a avó andando cadavérica, resmungando em olhos de saudade:

- Meninos, não queria que viessem mas podem agora fazer parte de nosso album de viagens. Seu avô viajou faz tempo, mas vocês e minhas montagens são bem recentes...

e-mail
"Os meninos estão bem em minha casa, vejam as fotos!
Com carinho,
Vovó"

terça-feira, 17 de abril de 2012

Tudo sempre no fim do meio.


Tenho uma agitação dentro de mim, uma coisa quase viva, que me consome de dentro pra fora.
Algo palpavel, que me deixa a sensação de que nada nunca é o suficiente.
Tenho uma queda por historias interminadas, pelo simples prazer de poder continuar vivendo.
Me sinto com o dom de adiar o fim para meu conforto.
Sinto que posso viver multiplas coisas ao mesmo tempo, escolher dentre todos o maior dos males.
Mas no final de tudo, tédio!
Imcompleto, tudo sempre a minha volta incompleto.
Tudo sempre perto do fim, mas longe de acabar.
Tudo sempre paradoxo. Tudo sempre no fim do meio.
Tédio de mim, e do seu final sem fim.