domingo, 24 de abril de 2011

Frio Amor

Foi uma noite incrível, sinestésica, com todos os sabores, gostos e cheiros que um evento especial deve ter.
Ah, seu cheiro!
Ela, a primeira que encontrei com um perfume tão peculiar. Um perfume que evidenciava sua delicadeza mesmo com o tempo de experiência vivida.
Enquanto a amava pensei muito sem seu passado, dos outros que já a haviam amado, das alegrias e tristezas vividas mas, a cada movimento incisivo em seu corpo, em minha mente entrava a certeza de que, depois daquela noite, ela não seria de mais ninguém, eu era o seu último e derradeiro amor.
Dela só conheci o nome, o corpo e a residência.
Suas preferências, idéias, religião, crenças, alma (alma?!) de nada me interessavam, de nada me adiantariam e para ela, agora, menos ainda.
Foi uma noite incrível, mas tudo tem um fim.
Coloquei seu corpo novamente em sua cova fria e admirei novamente a carne que aos poucos sumiria.
Desvanece a carne, passa meu prazer, mas seu cheiro - ah, seu cheiro - permanecia.