sábado, 25 de junho de 2011

Vagalumes


Folheando pelas páginas da vida eu vi pétalas secas e espinhos afiados, sem perceber eu me feri em um desses e quando fechei o livro eu vi uma gotinha pingar na capa.
- Óh... uma gota para se derramar, uma gota para selar.
E assim o sangue se estancou.
No meu dedo restou uma cicatriz sem dor, sem sangue, um risco vermelho... estava apenas frágil.



Olhando para a janela eu percebi que o mundo era grande demais para meus insignificantes passos...
"Por quanto tempo ainda serei àquela que é como o vento?"
"Por quanto tempo ainda serei àquela qué é como a sombra?"

- Talvez um dia a lua se revele a ilusão dos poetas e não passe de pedra fria... talvez aquelas estrelas que tento tocar todas as noites da janela, sejam apenas vagalumes... talvez meus sonhos sejam delírios de uma mortal, sejam súplicas perdidas na noite... quem saberá?

Quem tocará nos ferimentos e os reabrirá para curar-me?

- Hey você!? Oh... deixe-me ao menos ficar por esta noite e amanhã eu prometo partir. Deixe-me apenas fingir que teu abraço é meu repouso.
- Sinto muito, minha pequena...



Seria uma lembrança?
Não, eu só estava sentindo a cicatriz à pensar... talvez um dia os vagalumes tornem-se estrelas... talvez as estrelas tornem-se vagalumes... quem saberá?
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