terça-feira, 20 de julho de 2010

Day

Devolta para a realidade eu noto a bagunça que minha mente se encontra. Esta tudo fora do lugar... está tudo cheio de lama até o teto, o que me faz vomitar.
Eu não me recordo de pedaços da minha decadência, isso me faz bem para eu não ter que me lamentar de todos erros que cometo na escuridão da minha alma.
Levanto cambaleante e saio rapido para um lugar que eu reconheça
Um maldito espelho me fixa, caminho lentamente até ele, de fato já não posso dizer se reconheço a pessoa que vejo, mesmo sabendo ser meu reflexo.
O cabelo esta bagunçado, a maquiagem escorre junto com uma lágrima, trazendo mais uma parte da minha amarga e solitária realidade... já não sei de que lado do espelho estou...

Night

Mais um drinque, eu estou viva! A noite chega quando o sol se põe e vou te esquecer na primeira esquina que eu não me reconhecer mais.
Um sombra, alguém com sua forma de andar, não... mais um gole e tudo vai ficar bem.
Eu não quero me ver novamente correndo contra a chuva e o vento, com minha maquiagem borrada pelas lágrimas e pela água que parece um choro divino lavando meu corpo de toda sujeira que fizemos.

Meu coração pode pesar quanto quiser, hoje a noite vou me embebedar e acordar de manhã numa cama estranha sem lembrar de seus malditos olhos.
Coloco minha bota, saia curta, seios quase a mostra porque quero me sentir sensual o suficiente para não ser totalmente vazia, vou me divertir até não aguentar mais ser eu mesma.
Cansei desses rostos, quero ir para outro lugar rir até meu maxilar doer, beijar até enlouquecer, beber mais um gole dessa doce decadência para aguentar mais uma aventura num motelzinho barato... 2hs e estou devolta para me embriagar de falsa diversão até o sol nascer...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

vezes x Vezes


Em tantas vezes estive e deixei de estar, em tantes vezes falei e deixei o assunto subjetivo.
Em tantas vezes amei e deixei estar, em tantas vezes nao senti e fiz questao de odiar!
Em tantas vezes só!
Em tantas vezes somente parei de falar!
Em tantas vezes temi, tremi.
Em tantas vezes sorri!
Em poucas vezes chorei
Em tantas vezes existi e em tantas vezes quis deixar de ser!
Em tantas vezes fiz sentido, nexo, coerencia e sequencia.
E na maioria as vezes apenas escrevi!

domingo, 4 de julho de 2010

Despedida



Ela desceu o salão desnumbrante como sempre, com seu decotado vestido vermelho, olhar de menina e sorriso de mulher. Balançava seus quadris sobre seu salto extremamente agudo, seus cabelos louros e soltos só realçavam seus olhos verdes que me encaravam de frente.
Eu poderia descrevê-la durante horas mas isso não seria suficiente para demonstrar meu estado de estarrecimento diante de sua beleza tão sensual.
Eu queria poder odiá-la mais um pouco a ponto de desviar o olhar, mas não conseguia. Tentei inutilmente beber um pouco da champanhe que eu segurava, mas engasguei ao ver que seu sorriso se alargava diante de minha atitude.
Ela parou no meio do salão e apoiando seus braços no ombro de um homem, o beijou.
Cumprimentou alguns conhecidos e veio ter comigo, eu me sentia um adolescente em sua primeira noite, seria capaz de derramar a taça em mim mesmo se não a tivesse deixado sobre o armário de madeira ao meu lado.
Queria poder dizer-lhe coisas, poder trazê-la para mim contudo eu sabia que minha esperança era vã.
Ela entreabriu os lábios mas nenhum som saiu, provavelmente pensou melhor antes de dizer algo precipitado como costumava dizer, apenas sorriu e eu retribui um tanto trêmulo. Sem que eu pudesse pensar ela me abraçou, não sei dizer quanto tempo durou este abraço ou se ela chorou (pois creio que senti um leve soluço entre nossos peitos). Eu estava de olhos fechados aproveitando toda a essência desse tão sagrado momento, lembrei-me do primeiro dia que vi, do nosso primeiro beijo e nossa primeira aventura de amor, lembrei-me de quando parti e quantas lágrimas eu assisti ela derramar, lembrei de cada momento roubado e antes que eu pudesse voltar a mim ela se separou, estava séria, com os olhos brilhando e os lábios petrificados. Eu tentei esboçar um sorriso mas não consegui, ela me encarou na esperança que eu disesse algo e tudo que fiz foi abaixar minha cabeça.
Pude ver seus pés girarem na direção oposta e ouvir seu salto se distanciar.
Quando levantei minha cabeça ainda pude ver ela saindo feliz e bela nos braços de meu irmão.
E esta foi a última vez que a vi.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Sanidade histerica


Quanto mais distante me vejo, me encontro mais perto!
Perto de algo que ainda não conheço e nem conhecerei!
Quanto mais perto de tudo me encontro mais longe me perco em devaneios. Quanto mais próximo da realidade estou, mais longe da verdade me sinto. Sempre em águas turbulentas, porem confortáveis.
Vida essa passageira, estado alterado de consciência sempre em busca de um delírio alem, alem da verdade, alem do mundo, alem de mim. Limites a serem quebrados, regras a serem inventadas, conceitos e afirmações criados em um minuto e no seguinte vistos como inúteis. Ciclos de razão com picos de insanidade. Breves momentos de lucidez em meio a eternidades de histeria. Apatia constante e paixão recorrente. Sangue pulsando por veias sem utilidade. Horas passando no tempo estático. Mente que tenta correr, fugir. Onde o real objetivo é encontrar e aproximar. Mentiras que conto para chegar a verdade. verdade que deixa de ser relevante. Vida que deixa de ser minha e passa ser de um outro alguém. Um outro eu que não conhece e si mesmo. Uma nova pessoa que se rebela em meio ao conformismo cotidiano. Verdade inventada em uma terra e uma era de mentiras bem contadas. Conceitos serão inúteis em breve. Tudo não passara de um planejamento. Um planejamento que teve inicio antes desse desabafo e terá fim antes que necessário. Novamente o tempo e o meio me prendem ao circulo. Novamente o conceito me parece razoável. Novamente a razão tenta encontrar corpo e forma em meu tempo. Novamente a lucidez vai embora. Novamente me perco no fim do meio.