quinta-feira, 28 de julho de 2011

What if i say i´m not like the others?

Esse é um desabafo de um objeto.
Um desabafo de uma alma que vem freqüentemente diminuída a um numero.
Deixei de ser e passei a estar.
Hoje não sou eu, sou a marca que tenho na cueca, sou a cor da garrafa da cerveja importada, sou a região onde minha droga é comprada. Não importa qual a minha verdade, o essencial é minha posição sexual favorita ou numero de amantes que tive até hoje. Hoje minha verdade é desinteressante, querem mesmo saber qual lugar eu freqüento. Minha paixão é insignificante, a realidade se resume a uma fraternidade conveniente aos olhos do habito.
Lealdade, isso sim importa, lealdade nos define. Gosto mais da Colcci que da Lacoste. Meu cão vem de um canil no Sumaré, meu caro só bebe gasolina aditivada. Minha conta define meu humor.
Mas alem dessas coisas materiais que definem como um bife, esse é um manifesto a eloqüência da moral, pois é, chocante, ainda acreditam na moral. Ética, me diga você, qual o certo? Chamo-te de irmão, de amor da minha vida, de parte de mim. Venha a nós.
Egoísmo o meu, ingenuidade. Verdade seja dita, nunca serei bom o suficiente para mim mesmo.
E se eu disser que não sou igual aos outros?
A minha melhor qualidade é minha verdade, meu defeito e maldição é não mentir a mim mesmo.
Acho eu deveria aprender com vocês. Deveria experimentar ser carne apenas.
Admiro a coragem da mentira, a pureza do egocentrismo. Isso! Devo me tornar mais um, vender minha alma ao processo de atuar, me enganar e fingir que não sinto. Falar que ami e dar dois passos para a esquerda.
Olhar no olho e não esperar o reflexo.
Reciprocidade se tornará apenas mais uma palavra difícil e deixara de ser esperança.
E se eu disser que não igual aos outros?
Não sou tão corajoso, não consigo encarar a embalagem. Covarde serei então. Na minha própria verdade permaneço então. E com essa agonia e coração acelerado te pergunto uma ultima vez:
E se eu disser que não sou igual aos outros? E se eu disser que não sou mais um em seu lugar?
Você é o falsário.
E se eu disser que nunca me renderei?
Covardia me abrace

Um comentário:

  1. te mandei por e-mail sem querer ¬¬
    Então direi o mesmo por aqui!

    Seus textos sempre me trazem arrepios e um leve senso de intuição sobre a verdade...

    ResponderExcluir