quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Retrato


Meu coração sangra por motivos que ninguém vê, ninguém compreende, motivos que nem haveriam de existir neste mundo de ilusões.
Mas o que deveria eu fazer diante dessa sensibilidade exacerbada, chorar talvez, correr atrás de algo inesperado, olhar para essas pegadas deixadas por sombras?
Bom, eu não sei.
Só sei que a cebola me arranca lágrimas das quais aproveito para criar as minhas, e os olhos aproveitam olhar pela janela para navegarem distantes, olhando para o vazio, não o do horizonte mas de mim mesma, da minha vida.

Ser forte, ser fraca.
Ser mulher, ser criança...
O que tudo isso te diz senão laços e perdas, memórias e escolhas, sonhos e quedas.
Acho que ser filosofo não basta, entender não é compreender o sentir e ser emotivo não serve para mim, vivo na penumbra da esperança, esperando por algo que eu não sei, criando coisas que têm sem brilho momentâneo ao meu ver, como uma alma dilacerada.

Carrego sonhos, promessas, estrelas, cicatrizes, fotos e a certeza de que o fim da esfinge é um, ser esquecida nas areias do deserto.

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